Protesto - Greenpeace Realiza Protesto na Costa de São Luís



Desmatamento, invasão de terras indígenas e trabalho escravo. Contra esses crimes que o Greenpeace protestou hoje, segunda-feira (14). No protesto, ativistas escalaram e bloquearam a âncora de um navio que estava prestes a receber toneladas de ferro-gusa que seriam levadas aos Estados Unidos, com um banner escrito “Dilma, desliga a motosserra”. A ação foi realizada a cerca de 20 quilômetros da costa de São Luís.
Segundo a organização, o ferro-gusa, que é utilizado na fabricação de carros, causa destruição e violência em sua cadeia de produção. Dependentes de grandes quantidades de carvão vegetal para alimentar seus fornos, onde o minério de ferro se transforma em ferro-gusa, siderúrgicas como Viena – dona da carga do navio – e Sidepar negociam com carvoarias repletas de irregularidades no Maranhão e no Pará, de acordo com o Greenpeace. A lista incluiria a extração ilegal de madeira e o uso de trabalho análogo ao escravo. Apesar de a investigação ser um pequeno recorte da cadeia de produção, tanto Viena quanto a Sidepar exportam quase 80% do ferro-gusa que produzem na Amazônia para os EUA, onde vira aço usado por montadoras de veículos como a Ford, General Motors, Nissan, Mercedes e BMW.
“Enquanto o governo Dilma vende a imagem de país verde e moderno às vésperas da Rio +20, esta região está virando carvão para alimentar as indústrias de ferro-gusa e aço, que espalham o que há de mais arcaico e predatório pela Amazônia”, diz Paulo Adario, diretor da campanha Amazônia do Greenpeace, a bordo do navio Rainbow Warrior. “É uma vergonha que o país ainda seja complacente com uma produção cheia de ilegalidades e que leva à destruição da floresta e de seus povos”, completou.
Navio-símbolo do Greenpeace, o Rainbow Warrior está no Brasil para participar do lançamento da campanha da organização pelo Desmatamento Zero, que pretende recolher 1,4 milhão de assinaturas de eleitores para uma lei de iniciativa popular pelo fim do desmatamento, inspirado na mobilização pública que resultou na Lei da Ficha Limpa.
Desmatamento
Segundo a Organização Não Governamental (ONG), na região de Carajás, onde a Vale explora o maior estoque de minério de ferro do planeta, as florestas que deveriam ser protegidas, quase não existem mais, a maioria delas terras indígenas. De acordo com o Greenpeace, as áreas são, constantemente invadidas por madeireiros e carvoeiros, com casos frequentes de violência. O povo Awá-Guajá seria um exemplo dos impactos provocados pela expansão dessa indústria na região. Grupo nômade que se dedica à caça e à coleta de produtos florestais, os Awás, reduzidos a cerca de 400 indivíduos, são hoje considerados um dos povos indígenas mais ameaçados do mundo.
“A presidente Dilma precisa agir imediatamente para garantir a sobrevivência dos povos indígenas da região, identificando e punindo os invasores das terras”, diz Paulo Adario. “Esses problemas acontecem há anos. E o governo, ao invés de resolvê-los, passa seu tempo em Brasília negociando com o Congresso a destruição das leis ambientais do país”, reforçou.

fonte imirante

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