Itinga - Professor é levado preso e algemado de dentro de uma escola pública pela polícia



A comunidade escolar do Centro de Ensino Terezinha de Jesus Coelho Rocha, no município de Itinga, Sudoeste do Maranhão, está indignada com o clima de terror instalado na escola pela atual direção, que, segundo denúncias enviadas ao Sinproesemma, persegue violentamente três professores lotados no local.
O último episódio aconteceu na noite desta segunda-feira (3), com a prisão arbitrária do professor de física, Abedenego Ribeiro, que saiu da escola algemado por policiais e está preso em Açailândia, acusado de desacato à autoridade, injustamente, segundo estudantes da escola e colegas de trabalho do professor que não quiseram ser identificados com medo de represália da direção da escola.
e acordo com informações da família de Abedenego, o professor estava suspenso da escola e a punição terminaria nesta segunda-feira, quando o profissional deveria retomar suas atividades no centro de ensino, onde leciona no turno da noite. “Ao chegar à escola, o professor foi direto para a sala de aula, mas antes de começar suas atividades foi surpreendido com a chegada da polícia que pediu para ele se retirar da escola.
O professor teria dito aos policiais que não sairia, pois estava cumprindo com suas obrigações profissionais. Contrariados, os policiais deram voz de prisão ao professor e o levaram algemado, como se fosse um criminoso na frente dos seus alunos”, conta uma colega de trabalho que presenciou a atitude violenta da polícia dentro da escola, mas tem medo de se identificar.
Ela conta ainda que o clima no local é bastante tenso. Tudo começou porque os alunos da noite não aceitam a forma como são tratados pela atual diretora, “que humilha os alunos, chama-os de burros, obriga-os a pagar aula de reforço, indevidamente, e ainda promove festa com bebidas alcoólicas dentro da escola”. A situação de desrespeito da direção seria denunciada publicamente no desfile escolar de 5 de setembro deste ano, mas os alunos foram impedidos por pessoas enviadas pela direção para arrancar as faixas das mãos dos estudantes, conta relatório enviado ao Sinproesemma.
Como o professor Abedenego é muito querido pelos estudantes, a diretora passou a hostilizá-lo e acusá-lo de incitar os estudantes para fazer protestos contra a sua gestão escolar.
Surto na prisão
No final da tarde desta terça-feira (4), familiares do professor entraram em contato com o Sinproesemma informando que o educador continua detido em Açailândia e que teve um surto em decorrência da situação de injustiça, constrangimento e violência que está passando. O profissional precisou ser medicado dentro da delegacia.
Diante das denúncias, a direção do Sinproesemma cobra providências imediatas do governo do Estado para apurar o caso e estabelecer a paz dentro da escola. Repudia a prisão do professor, tratado como criminoso, e pede justiça.
Outros professores afastados da escola, também perseguidos pela direção pelos mesmos motivos, estão com medo do que pode acontecer com eles, que devem retomar suas atividades também nesta semana.
Os alunos clamam por justiça. “Só queremos o direito de ser respeitados pela direção da escola e não queremos que os professores sejam prejudicados por isso”, ressaltam os estudantes em nota enviada ao Sinproesemma.

Professor preso ilegalmente continua 

em surto na delegacia de Açailândia


O professor Abedenego, à esquerda, com colegas de trabalho, em atividades escolares.

Continua dentro da delegacia de Açailândia, em surto psicótico, o professor de física, Abedenego Ribeiro, que foi levado preso e algemado do Centro de Ensino Terezinha de Jesus Coelho Rego, em Itinga, na noite do último dia três, quando dava aula na escola.
Embora a justiça tenha ordenado a soltura do professor, cuja prisão foi considerada arbitrária, diante da violência moral à qual foi submetido, o profissional entrou em surto na delegacia e não há profissionais qualificados na cidade para fazer a remoção do professor para um hospital psiquiátrico.
De acordo com informações do professor Clênio Ribeiro, irmão de Abedenego, o educador está irreconhecível, com medo de sair da delegacia. “Eles conseguiram enlouquecer meu irmão. Ele está com trauma e ninguém consegue se aproximar dele. Precisamos de ajuda para tirar ele da delegacia. Chamamos a ambulância da 192, mas a equipe não conseguiu fazer o resgate. Estamos com medo de uma tentativa de suicídio, pois, transtornado, vê perseguidores em toda parte. Me ajudem, pelo amor de deus”, clama o professor, que também dá aula no Centro de Ensino Terezinha Rego.
Várias pessoas, familiares, amigos e colegas de trabalho estão em frente ao prédio da delegacia à espera de uma solução para o caso. O hospital psiquiátrico mais próximo fica em São Luís, o Nina Rodrigues, que atende casos de emergência de pacientes em surto. O problema, segundo a família do professor, é a dificuldade de remoção.
Segundo denúncias dos professores, o conflito com a direção escola teve início há mais de um ano, depois da greve de 78 dias, realizada pelos professores, no primeiro semestre do ano passado. A partir daí o relacionamento da direção da escola com os professores era de “hostilidade e perseguição”, denuncia Clênio.
Ele conta ainda que o relacionamento da direção com os estudantes também é difícil e que Abedenego é muito querido por seus alunos. Em setembro deste ano, os alunos foram impedidos de fazer uma manifestação pública para denunciar abusos por parte da direção. Em outubro deste ano, um ato de repúdio dos alunos contra a direção em frente à escola, rendeu a suspensão de três professores, entre os quais Abedenego Ribeiro, acusado pela direção de orientar os alunos para o protesto.
Ao terminar o período de afastamento, na noite da última segunda-feira (3), o professor Abedenego retornou para a escola, mas, segundo conta Clênio Ribeiro, os policiais invadiram a sala de aula e o levaram algemado, ainda com o giz na mão, cumprindo ordens da direção, que teria ligado ligou para polícia dizendo que o profissional representava perigo a todos da escola.




Fonte - Hilton Franco
Do site do SINPROESEMMA


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