Sebrae Vistoria Fazendas do Programa Balde Cheio, no Médio Mearim



Teve início no último domingo (24), devendo seguir até esta quinta-feira (28) a temporada de vistoria das fazendas participantes do Programa Balde Cheio, executado na região do Médio Mearim há dois anos, através de uma parceria do Sebrae MA com a Embrapa/Sudeste. O programa é uma tecnologia social que transfere aos produtores leiteiros técnicas e avanços estudados pelos institutos de ensino e de pesquisa, buscando o desenvolvimento da cadeia produtiva do leite.

A proposta é passar ao produtor um pacote de conhecimentos e tecnologias que compreende técnicas de produção intensiva – como conservação e manejo do solo, rotação de pastagens, utilização de cana-de-açúcar e uréia no período de seca, exames nos animais, técnicas de silagem, irrigação e adubação de pastagem, dentre outras. Com isso, obtém-se ganho significativo na produtividade, otimizando o espaço e utilizando técnicas simples e de baixo custo, aumentando, consequentemente, a margem de lucro do produtor.

O consultor do Sebrae MA, João Rosseto, que acompanha os produtores participantes do programa e presta consultoria a 25 propriedades  nas regionais de Açailândia, Imperatriz e  Bacabal, destaca  que o projeto tem um cunho social muito forte. “Ele resgata a autoestima dos produtores, que passam a ter novas perspectivas, conseguindo entender que em pequenas áreas rurais é possível ter lucratividade”, avalia. 

Para participar do Programa Balde Cheio é necessário que o próprio produtor procure o Sebrae,  que ministra as capacitações e passa a acompanhar os criadores através de consultoria técnica e visitas periódicas.

De acordo com o consultor, a regra básica para fazer parte do projeto é o comprometimento do criador. Ele precisa estar aos prazos de exame sanitário – o animal deve ser isento de brucelose e tuberculose – cumprir exigências técnicas a cada vistoria e o mais importante, como destacou Rosseto: “fazer anotações do dia-a-dia na fazenda, desde o parto das vacas selecionadas até o acompanhamento do clima e o controle econômico da produção”, enumera.

Não pode descuidar também da parte zootécnica: parto, cobertura ou inseminação das vacas, pesagem leiteira, pesagem das bezerras, sem deixar de manter a propriedade aberta pra visitas, a fim de que outras pessoas conheçam a experiência de sucesso.

Raul Bidjeka, também consultor do Sebrae MA em Bacabal, acompanha os criadores de gado da região e percebe o entusiasmo dos produtores em relação ao Balde Cheio. “A primeira mudança é que o produtor consegue enxergar a propriedade rural como empresa, passando a fazer o controle de todos os custos e procurando mais informação que aumente os investimentos”. A comercialização é livre, cada produtor estabelece um custo para vender o leite, compatível com o mercado da região que ele mora. 
 
Na fazenda AgroSerra, em Coroatá, os resultados tem sido animadores, segundo o proprietário Carlos Serra. Vinte vacas são criadas em apenas dois hectares, sustentando uma produção diária de 350 litros de leite. Ele conta que está selecionando mais os animais para a propriedade. “Essa era uma visão que eu não tinha antes da chegada dos técnicos do Balde Cheio. O uso da irrigação passou a ser adotado no pasto, que permanece o ano todo verdinho, garantindo a alimentação das vacas leiteiras”, comemora.

Nas visitas periódicas, o técnico avalia o andamento do projeto, define os próximos passos a serem implementados para melhorar a produtividade, além de cobrar as planilhas elaboradas para cada etapa do trabalho.

Em Lago da Pedra, o projeto está sendo desenvolvido na fazenda Boa Esperança, onde 28 vacas são mantidas em dezoito hectares. Nesta experiência, o pasto intensivo está localizado em apenas um hectare. O proprietário da fazenda, Alcides Gomes, conta que mesmo com a estiagem rigorosa do último ano, as técnicas aplicadas tem sido a solução para manter a produção de leite na fazenda. Ele já mecanizou a ordenha e se prepara para novos investimentos.

O produtor atribui o sucesso de sua produção ao acompanhamento técnico oferecido pelo Sebrae MA. “As visitas técnicas são importantíssimas para atualizar os conhecimentos e ficar por dentro das novidades do campo. É preciso estar com a mente aberta para buscar alternativas e aumentar a lucratividade”, conclui o empresário rural. 


As informações e imagem são do SEBRAE